Começando na sexta-feira (28/08), era por volta de umas dez e alguma coisa (quase onze) estava eu olhando coisas na internet quando me aparece um recado no orkut: "Corra para as montanhas, Noel saiu do Oasis!" Sem dúvida que nesta hora me pareceu o apocalipse... Fiquei sem ação, corri pro site Oasis News e quando abri foi muito pior... Um post todo amarelo, dando aquela sensação de desespero...
NOEL CONFIRMA O FIM DO OASIS!
“É com certa tristeza e com grande alívio que venho informar que deixei o Oasis hoje à noite. As pessoas vão escrever e falar o que quiserem, mas eu simplesmente não consigo trabalhar com o Liam sequer um dia a mais. "
Eu não sabia nem o que dizer, nem o que pensar.
Logo acima havia outro post que Gabriel Brust relatava o que aconteceu no Rock En Sein. Não tive como segurar as lágrimas lendo aquelas linhas... e pensando: Eu saibia! Devia ter ido aquele show. Se arrependimento matasse minha lápide já estaria pronta com os seguintes dizeres: "Não aproveitou enquanto era tempo. Agora perdeu!"
Os trechinhos do relato do Brust que derrubaram as lágrimas...
“Please don’t put your life in the hands, of a rock’n’roll band. O alerta foi feito por Noel Gallgaher lá em 1996, na canção Don’t Look Back In Anger. Mas eu não ouvi. Eu nunca ouço.(...)
Então com 13 anos... Começava a se desenhar para mim toda uma concepção diferente do que é arte, do que é música, mas, antes de tudo, de qual é o sentido da vida. Ou seja, nenhum. Ou, quem sabe, balançar a cabeça de olhos fechados e sonhar. Essa segunda possibilidade eu descobri nos acordes de um guitarrista marrento, óculos igual a John Lennon, cabelo idem.
Joguei minha vida nas mãos de uma banda de rock, justamente como o tal guitarrista me alertou para não fazer, logo no início. Hoje, aos 26 anos, vejo a consequência do erro se materializar em lágrimas ao lado de outras 20 mil pessoas inconformadas, às margens do Rio Sena, na França. Estamos todos aqui porque, em algum momento, jogamos nossas vidas nas mãos de uma banda de rock, mais especificamente nos acordes e na voz de dois porra-loucas completamente inconsequentes, gente que jamais mereceria ter nas mãos os sentimentos de qualquer um. Mas jogamos nas mãos deles porque somos exatamente iguais. Aos 13 anos, eu via Liam com 20 e poucos e pensava: « eu sou igual a esse cara ». E, no fundo, eu sabia que, quando eu tivesse quase 30, como agora, eu continuaria sendo um imbecil apaixonado e inconsequente como ele, jogando todas as coisas importantes da vida para o alto como ele. E é por isso que nessa madrugada parisiense, triste como há tanto tempo eu não ficava, eu consigo entender o cancelamento do show do Oasis meia hora antes de a banda subir ao palco do festival Rock In Seine, diante dessa multidão. Estamos aqui, todos incrédulos diante do palco enquanto uma voz metálica no microfone repete: o show do Oasis não acontecerá.(...)Cá estou, encarando o palco do Rock In Seine, depois de esperar oito anos por este show, este que, diante da tensão que há entre o grupo ultimamente, era anunciado como o possível último show da banda. Mas não chegou nem a ser o último show. Cá estou diante do telão que pisca dizendo « o show do Oasis foi cancelado ». Cá estou em meio à multidão inconformada. Alguns choram, outros jogam o que tem à mão em direção ao palco. Outros dizem que é o fim da banda, afinal, um cancelamento desses, deixando na mão um dos mais importantes festivais da Europa — e, principalmente, o fim da turnê de quase um ano, que deveria encerrar neste fim de semana –, não é normal. Eu estou, de novo, pela terceira vez em 26 anos, travado. Não sei como reagir. O sentimento de azar é maior do que qualquer coisa... (...)"
Parecia que ele falava por mim. Passei a noite acordada (feito uma idiota que sou) esperando alguma notícia. Por volta de umas 4 da matina aparece uma noticia (que ainda assim nao disse nada sobre o fim) que Liam queria continuar os shows, mas eles haviam sido cancelados oficialmente. De alguma forma era uma boa noticia, pois ele (Liam) ainda queria continuar.
Mais tarde aparece o executivo Alan McGee falando sobre O Dia e sobre uma possivel reconsideração do Noel.
"Noel não deve demorar muito para mudar de ideia e voltar para o grupo. Mas eu devo admitir que ele é uma pessoa orgulhosa e sabe que pode fazer um álbum solo de sucesso"
Bem eu nao estava tão otimista... (e continuo sem estar)
continua...